A importância das folhas medicinais
Nas últimas décadas do século vinte, ocorreu uma grande mudança na atitude da
Comunidade e dos cientistas sobre o significado das plantas medicinais. Nos primórdios da
humanidade o homem provavelmente observou os animais algumas vezes e em outras fez uso
da sua própria intuição para usar uma ou outra planta como agente curativo. O que parecia
surtir efeito positivo era divulgado e reproduzido por pessoas da comunidade.
Ao longo do tempo informações mais recentes se uniam às antigas e transmitidas verbalmente, muitas vezes de maneira não muito fiel. Em sistemas mais organizados criou-se a relação de cura–atuação de divindades e a autoridade de indicar uma ou outra planta para tratar qualquer
doença era restrita a sacerdotes, feiticeiros ou pajés. Estes promoviam o ensinamento dessas
informações a um discípulo e a ele era transmitido o poder e a sabedoria de curar. Entretanto
como em toda sociedade, surgiram desvios desse comportamento e as pessoas comuns, por
observação, tentavam reproduzir alguns usos, um tipo de auto-prescrição (muitas vezes
deturpada), assim a informação popular, muitas vezes divergia da indicação primária.
Comportamento esse que persistiu até a atualidade, gerando muitos equívocos e divulgação de
informações errôneas acerca de curas. A comunidade científica sempre encarou esse tipo de
prática com desconfiança e incredulidade. Apenas nas últimas décadas pesquisadores de
vários seguimentos vêm se interessando em um estudo interdisciplinar que investigue
fundamentos científicos para as crenças populares de cura baseadas em produtos vegetais. O aumento populacional e a conseqüente ampliação das zonas urbanas forçaram o
desmatamento de grandes áreas de vegetação natural. Outra conseqüência do aumento
populacional aliado à facilidade de divulgação, através dos inúmeros veículos atualmente
disponíveis é a super exploração das espécies já conhecidas. Os desmatamentos e a
exploração predatória colocam em risco espécies que ainda não conhecemos e que poderiam
vir a ser a cura de doenças, que até então sejam terminais para o ser humano. Diante deste
quadro, soluções devem ser buscadas para que as espécies vegetais com potencial medicinal
sejam investigadas e preservadas para as gerações atuais e futuras. Estudos de manejo
sustentado dos locais de ocorrência natural de plantas já exploradas comercialmente devem
ser incentivados, assim como o estudo agronômico das plantas de interesse a medicina. A
melhor forma de se evitar acidentes como a ingestão de um veneno no lugar de um
medicamento é o conhecimento da química do vegetal, assim como a melhor forma de se
evitar a sua extinção é preservando-o e cultivando-o quando há interesse comercial. Protocolos
de domesticação e cultivo devem ser estabelecidos para cada planta de interesse de forma a
manter seus princípios ativos em quantidade e qualidade equiparadas às condições silvestres.
O objetivo dessa revisão foi o de se ressaltar a necessidade do cultivo de plantas de interesse
medicinal e discutir paramentos que justifiquem ou não a adubação orgânica ou mineral e seus
efeitos sobre os metabólitos de interesse.
Camilla acho que ficaria mais interessante se você postasse algumas imagens.
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